Projeto Anual 2018 Tema Gerador: “ALTERIDADE”

JUSTIFICATIVA

  O que é alteridade? É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, das suas diferenças. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.

Numa sociedade como a brasileira em que o apartheid é tão arraigado, predomina a concepção de que aqueles que fazem serviço braçal não sabem e precisam aprender com “os que sabem.” No entanto, nós que fomos formados como anjos barrocos da Bahia e de Minas, que só têm cabeça e não têm corpo, não sabemos o que fazer das mãos. Passamos anos na escola, saímos com Ph.D., porém não sabemos cozinhar, costurar, trocar uma tomada ou um interruptor, identificar o defeito do automóvel… e nos consideramos eruditos. E o que é pior, não temos equilíbrio emocional para lidar com as relações de alteridade.

Daí por que, agora, substituíram o Q.I. para o Q.E., o Quociente Intelectual pelo Quociente Emocional. Por quê? Porque as empresas estão constatando que há, entre seus altos funcionários, uns meninões infantilizados, que não conseguem lidar com o conflito, discutir com o colega de trabalho, receber uma advertência do chefe e, muito menos, fazer uma crítica ao chefe.

Quem dera fosse levada à prática a ideia de, pelo menos a cada três meses, um setor da empresa fazer uma avaliação, dentro da metodologia de crítica e autocrítica. E que ninguém ficasse isento dessa avaliação.

Dentro desse quadro, o desafio que se coloca para nós é como transformar pilares da sociedade em que vivemos: Família, Escola, Estado. Como torná-los comunidades de resgate da cidadania e de exercício da alteridade democrática? O desafio é transformar essas instituições naquilo que elas deveriam ser sempre: comunidades. E comunidades de alteridade.

Aqui entra a perspectiva da generosidade. Só existe generosidade na medida em que percebemos o outro como outro e as diferenças do outro em relação a cada um, para que se torne capaz de entrar nas relações sociais  pela única via possível: respeitar o outro e não querer que seja como ele é. A via do amor e do respeito será uma expressão ética de vida e sobrevivência pacífica. Ou seja, isso supõe a via mais curta da comunicação humana, que é o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir da experiência de vida e da interioridade de cada pessoa, para sua real integração no espaço social.

(Frei Betto, adaptado)

Atividades desenvolvidas a partir do tema:

– Debates, performances, estudos e pesquisas.

– MACC (Mostra Ânima de Ciência e Cultura).

– Apresentações.

– Ânima Encena, drama musical no Teatro do Sesi, com cerca de 190 participantes, entre crianças e adolescentes.

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